sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

GUARUJÁ - Prefeita interdita várias áreas de risco


Por conta das recentes chuvas, duas crianças foram soterradas e um idoso entrou em estado de choque ao ver a situação na cidade

Por meio de decreto, a prefeita de Guarujá, Maria Antonieta de Brito (PMDB) determinou nesta sexta-feira (27) que está interditado o uso e vedada a habitação, declarando área de risco os imóveis localizados na Vila Baiana (entre as ruas Chile e Argentina), Morro da Cachoeira (nos trechos da via Tancredo Neves - Viela Cachoeirinha) e entorno; Morro do Engenho, nos trechos da viela Santo Antônio; Morro da Bela Vista (nos trechos da viela São Pedro e entorno) e Morro do Biu (nos trechos da área fronteiriça ao loteamento Mar e Céu). A medida é baseada em vistoria técnica realizada pela Defesa Civil do município, do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) do Estado e do Instituto Geológico da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, após a cidade sofrer com desmoronamentos provocados pelas fortes chuvas do início da semana.

Guarujá está em estado de alerta desde as 10h45 desta quarta (25). Segundo a Defesa Civil, o índice pluviométrico desse período foi de 191,5 mm, equivalente ao volume de água de uma semana. Um dos bairros mais afetados foi a Vila Baiana, na Enseada, que registrou a morte de duas crianças, por soterramento, além de um idoso que sofreu um derrame.

Medidas

Conforme o decreto, fica estabelecido que cabe à Secretaria de Defesa Social promover levantamento topográfico aéreo, cadastramento e remoção das famílias, demolição de edificações, isolamento e monitoramento das áreas de riscos. Já a pasta da Assistência Social fica autorizada a conceder auxílios, previstos em lei, para suprir as necessidades das pessoas cadastradas, enquanto a Secretaria de Planejamento e Gestão Financeira fica incumbida de proceder à elaboração de Projeto Habitacional, visando atender às famílias das áreas de riscos.

Desde o início das chuvas, a prefeitura afirmou ter disponibilizado equipes municipais para atender os desabrigados e famílias que estavam em áreas de risco. Preventivamente, as equipes levaram 105 adultos e 75 crianças para a Escola Estadual Paulo Clementi Santini, na Vila Baiana. No local, a prefeitura disse ter disponibilizado acomodação, alimentação e medicação. As famílias também foram cadastradas na prefeitura e poderão ser encaminhadas a programas assistenciais e habitacionais dos governos municipal e estadual.

Mortes

Um deslizamento de terra em um dos morros da Vila Baiana, por volta das 18h30 de quarta (25), provocou o soterramento de duas crianças, sendo que uma delas, o menino Maikon Douglas da Silva, de nove anos, morreu no local. O corpo foi localizado e retirado dos escombros pelos Bombeiros por volta das 7h30 de quinta (26). Já a segunda vítima, a menina Beatriz Messias Menezes, de seis anos, chegou a ser retirada com vida e levada para o HSA (Hospital Santo Amaro), mas também veio a falecer. No momento do acidente, as duas crianças, que eram colegas, assistiam TV. O sepultamento de Beatriz e Maikon aconteceu no Cemitério da Saudade, na Vila Júlia.

Um idoso também foi vítima. Ele entrou em estado de choque ao ver a situação do local e sofreu um derrame. Ele foi internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do HSA. Dois assistentes sociais acompanham essas famílias .

Antigo problema

O estado precário das moradias da Vila Baiana é um antigo problema, já tendo apresentado ocorrências desta natureza há quatro anos. Segundo a prefeita Antonieta, o programa de organização dos morros, com a criação de Nudec's (Núcleos de Defesa Civil) e coleta, faz parte de seu Plano de Governo. Ela acrescentou ainda que irá apelar ao Governo do Estado para incluir Guarujá no PAC Estadual e nos programas da Secretaria Estadual de Habitação para os moradores daquela localidade, a exemplo de Cubatão com a remoção de famílias de morros.

CUBATÃO - Prefeita promete casas populares próprias para idosos

As residências do Vila com Dignidade são feitas especialmente para idosos que não querem viver dependentes de familiares. As moradias são térreas, possuindo equipamentos para facilitar a locomoção, além de instalações especiais em banheiros, por exemplo. Além disso, as vilas contam com áreas de lazer e unidades de assistência médica, como ambulatórios. "Esperamos que até o final de 2009 já possamos entregar as primeiras casas da Vila Dignidade", concluiu o secretário.

Grotão

Na ocasião ainda foi falado sobre a área do Grotão, na encosta da Serra do Mar, onde cerca de 500 famílias vivem em situação de risco, devido a ameaças de desmoronamento. Às 11h da próxima segunda (26), técnicos do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e as Comissões de Defesa Civil do Estado e de Cubatão irão fazer uma vistoria conjunta na região.

sábado, 3 de janeiro de 2009



ALERTA!

HOJE ELES PEDEM TEU VOTO, AMANHÃ DERRUBAM TUA CASA !!!

Vizinhos, amigos, moradores!

Todo mundo já deve ter ouvido falar que políticos e empresários querem destruir TODOS os bairros populares da nossa região. É um ataque planejado há muito tempo contra a população trabalhadora e empobrecida da região. E não são somente os prefeitos, os governadores e o presidente apóiam este ataque. Também tem empresários nacionais e estrangeiros. Eles querem transformar tudo em porto, em indústria, em pátio de cargas,em aeroporto, em estrada, em edifício e casa de luxo pra gente rica. A televisão e os jornais, que eles pagam pra dizer o que eles querem, falam que vai ser tudo para o "bem do povo" ou do “meio ambiente”. Na verdade, o que querem é lucrar com a nossa desgraça, mandar os pobres sabe-se lá pra onde, destruir o meio ambiente (o que já estão fazendo em diversos locais da baixada, com muita mala preta para o IBAMA) e gerar "empregos" que a população daqui não vai ter.

E agora, até os nossos humildes lares estão ameaçados. Em Cubatão as “bolas da vez” são as Cotas 400, 200, 100 e 95; a Água Fria; Vila Esperança, Vila Natal e Vila dos Pescadores. Em Guarujá, são Jardim Cunhambebe, Prainha, Aldeia, Sítio Conceiçãozinha, Cachoeirinha, Acaraú, Morro do Engenho, Vila Baiana, Vila rã, Sossego, Areião, Barreira do João Guarda/Cantagalo, Caranguejo, Morro do Biu e Santo Antônio. Em Santos, todos os cortiços e também o Dique da Vila Gilda, Caminho da União e Alemoa. Em São Vicente, quase toda a Vila Margarida, México 70 e Dique de Sambaiatuba. Humaitá e Samaritá vem depois. Na Praia Grande, áreas de periferia vão virar aeroporto de carga. Em Bertioga, o Saóca e Vicente de Carvalho II.A Ilha Diana inteira pode ser transformada em porto. Em Peruíbe, ameaçam as populações indígenas e o meio ambiente com a construção de mais um porto.

Ninguém mora em favelas, barracos e cortiços porque "gosta". A maioria de nós, desempregados, sem emprego fixo, com salários de fome, não tem como pagar aluguel ou comprar casa. Quem vive nas ruas é atacado por guardas, empregados de prefeituras, jogado em hospícios ou no meio da estrada, como fazem em São Vicente e Guarujá.Logo, somos jogados para bem longe, para bairros afastados dos centros, que ficam para os ricos. Ocupamos terrenos abandonados, sem água, luz, condução, e ali fizemos nossas casas. Construímos comunidades onde todos se conhecem e dividem os sofrimentos. Com todos os problemas (são muitos!), são nossos lares, nossos bairros e vizinhanças. Não são melhores porque nos faltam condições para fazer mais. E os políticos e patrões só aparecem pra pedir voto. Pro resto, mandam a polícia! E nas mansões e prédios chiques deles, entramos a trabalho, isso quando deixam. As melhorias que pedimos pra nossas comunidades nunca chegam.

Com essa situação, a saída é defender nossas comunidades, nosso teto, se não quisermos ser jogados na rua. Não está nos planos de quem ameaça nos expulsar transferir o bairro inteiro para um lugar melhor ou melhorar nossas condições de vida. Os “conjuntos habitacionais” que prometem são verdadeiros caixotes, muito precários, onde será obrigatório o pagamento de uma taxa para poder morar. A maioria vai vender e voltar para as favelas. O número de despejados e de vagas nos conjuntos que os políticos prometem também não fecha.

Sugestões de resistência para as comunidades ameaçadas:

1) Dormir, só com um olho aberto. Nós não temos para onde ir e este é o único lugar que temos, então o jeito é vigiar a comunidade 24 horas por dia. Vão tentar cortar luz, água e tudo para forçar a saída. Gente estranha tirando foto, contando,pintando e pondo adesivo nas casas tem que ser posta pra correr. São eles que entregam para as autoridades, para os policiais, como e quando as casas devem ser derrubadas. Em São Paulo passaam o relho neles, e o governo não se atreveu a entrar na favela..

2) A comunidade tem que ficar unida. Nada de dividir, isso enfraquece e ajuda o inimigo, que depois tenta pegar um por um. Quem negociar separado é traíra e merece ser expulso. Uma coisa que tentarão fazer é expulsar 3 hoje, 4 amanhã, 10 depois de amanhã, para separar a comunidade. Se encostarem na casa de um, a comunidade inteira tem que ir pra cima.

3) Não devermos permitir que nossas casas sejam marcadas, cadastradas e registradas. E onde isso já rolou, podemos apagar ou trocar as marcações pra confundir o governo na hora do despejo. Não terão como saber quem fez.

4) Uma comunidade sozinha é fácil de despejar. Temos que procurar nos juntar com o pessoal das outras comunidades ameaçadas pra resistir juntos. Podemos usar o poder da comunicação (e-mail, Orkut, MSN, mensagem de texto de celular) para facilitar o trabalho.

6) Mesmo quem não mora em lugar já ameaçado hoje pode e deve ajudar. Amanhã eles vão atacar outros lugares, e vai ser a sua vez de precisar de ajuda.

5) Se as autoridades quiserem conversar, tem que ser na frente de todo mundo. E a gente tem que estar sempre reunido, senão eles compram ou botam medo em quem tiver na frente.

6) Temos o direito de defender nossas famílias e as nossas casas. Bandidos são eles, que fazem da nossa vida um inferno, roubam a gente todo dia, acham pouco e agora querem nos tomar as casas. Eles vão vir com violência pra nos tirar, mas nós podemos nos armar com o que tivermos e reagir.

7) Políticos, sindicalistas, partidos, chefes de associações, padres, pastores, vereadores, imprensa, juízes e promotores estão juntos contra nós. Manipulam, difamam, mentem, perseguem. Confiar neles é suicídio. A luta dos moradores quem faz são os próprios moradores.

Somos muitos! Comecemos vigiando, e fazendo barreiras nos acessos pra impedir os mercenários fardados, os espiões do governo e capangas dos políticos de entrar em nossas comunidades. Grandes fogueiras atrapalham a visão dos helicópteros.

Amigos, vizinhos, trabalhadores! O despejo está próximo! A hora de lutar é agora! Depois será tarde demais! Vamos nos juntar e reagir! Não somos baratas para sermos pisados e enxotados para onde os canalhas quiserem! Resistência já!

COMITÊ DE DEFESA DOS MORADORES

E- mail: cdmcbs@gmail.com