segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Luta por moradia
Nesta semana em que diversas rodovias foram paralisadas pela Resistência Urbana da qual faz parte o Movimento dos Trabalhadores sem-teto, o Causa Operária entrevista Guilherme Simões, membro da coordenação estadual de São Paulo do MTST
Causa Operária – Nesta última semana o MTST organizou uma jornada de lutas em todo o País. Você pode comentar as principais reivindicações?
Guilherme Simões - Primeiro é preciso dizer que a jornada nacional contra os despejos não foi feita só pelo MTST, mas pela Resistência Urbana – Frente Nacional de Movimentos, presente em 11 estados do Brasil além do DF. Nossas principais reivindicações nessa jornada (que faz parte de uma campanha permanente, denominada “Minha Casa, Minha Luta”) são pela imediata interrupção da política de despejos levada a cabo pelos governos; pela garantia de moradia digna para todos os trabalhadores; pelo fim à repressão e criminalização da pobreza; por uma política nacional de desapropriações e de combate à especulação imobiliária; por uma política de construção de moradias populares com subsídio integral, com qualidade habitacional e com a gestão direta dos empreendimentos e finalmente por uma reforma urbana popular.
Causa Operária – Há um aumento dos despejos? Qual o motivo?
Guilherme Simões - A principal causa do processo de despejos em curso no Brasil é o crescimento da especulação imobiliária que é uma forma de enriquecer empresários da construção civil e proprietários de grandes latifúndios urbanos. Para esses setores é necessário que haja uma política na qual o estado não permita a concentração de trabalhadores morando em áreas que podem ser valorizadas. O auge dessa submissão do estado aos interesses da burguesia será a Copa de 2014 e as olimpíadas de 2016, eventos que exigem obras faraônicas que farão a alegria das construtoras e a tragédia para a classe trabalhadora sob a forma de milhares de despejos.
Causa Operária – A repressão às ocupações aumentou no último período? A que vocês atribuem este aumento da perseguição aos movimentos populares?
Guilherme Simões - A criminalização é uma tendência não só para os movimentos populares, mas para todas as organizações da classe trabalhadora. Estamos diante de um momento delicado, no qual apesar de não estarmos na plenitude de nossas forças viemos crescendo e nos tornando, de alguma forma, uma ameaça para a especulação imobiliária que é um setor importante do capitalismo brasileiro. Reprimir movimentos de luta por moradia que tem uma perspectiva revolucionária (assim como o movimento sindical classista) significa dar um recado aos trabalhadores, mas por outro lado revela-se a fragilidade de um momento anterior, no qual os trabalhadores estavam quase que irremediavelmente estagnados pela “vitória da esperança contra o medo”. Fazer ocupações, assim como promover greves, etc, é abrir uma fenda numa conjuntura que é desfavorável.
Causa Operária - Há casos de companheiros presos e assassinatos na luta por moradia? Pode relatar?
Guilherme Simões - Há um caso emblemático que é o do Gegê em São Paulo, preso e condenado pela justiça. Mas também existem outros casos, muito pouco conhecidos como aconteceu recentemente no Rio de Janeiro na ocupação Serra do Sol do MTST, na qual os companheiros Pepé e Oséas foram brutalmente assassinados na tentativa de inibir a organização e a luta dos trabalhadores sem-teto.
Causa Operária - A questão da habitação é muito grave no Brasil. A especulação dos bancos no setor de habitação e a especulação imobiliária pelas grandes construtoras é imensa. Quais as medidas adotadas pelo movimento para se opor a isso?
Guilherme Simões - Não há outra forma de combater a burguesia que não lutar diretamente contra ela e contra seus representantes (o Estado), por isso fazemos ocupações de grandes terrenos utilizados pela especulação, organizamos e colocamos em luta milhares de famílias e procuramos estar próximos à grandes rodovias, utilizadas pelo capital para circulação. Não aceitamos nos submeter ao estado e a instrumentos institucionais que prejudicaram e até destruíram movimentos importantes na luta por moradia.
Causa Operária – Qual a principal crítica ao programa do governo Lula com relação a habitação?
Guilherme Simões - O Minha Casa Minha Vida é uma política clara! Socorre os empresários da construção civil ameaçados pela crise internacional. Só nessa primeira fase foram cerca de 34 bilhões colocados à disposição das construtoras; 18 milhões de famílias cadastradas para um milhão de casas, sendo que somente 400 mil são destinadas à famílias com renda de 0 a 3 salários. Isto significa que esse projeto não passa de enganação, pois mais de 17 milhões de famílias não terão acesso à moradia. Além disso, as construtoras priorizam construções para a classe média que trazem mais lucro. O MCMV trará grande frustração para os trabalhadores e isso poderá servir para desmistificar o governo Lula.
Causa Operária – Após algumas horas da ocupação do Ministério das Cidades, uma comissão do movimento foi recebida pelo governo. Como foi a negociação e em quais pontos o governo cedeu a pressão da ocupação e das rodovias paradas?
Guilherme Simões - Nessa negociação levamos as pautas de diversos movimentos e estados, sendo que o Ministério das Cidades foi obrigado a intervir nas negociações a nível estadual e municipal seja para evitar despejos, como no caso das ocupações Dandara, Camilo Torres e Irmã Dorothy de Belo Horizonte, seja para acelerar a assinatura de contratos de construção de moradias, como da ocupação Zumbi dos Palmares em Sumaré/SP ou mesmo para liberar áreas federais para construção como em Brasília, na ocupação Bela Vista. Bloquear rodovias tem sido um meio de luta ofensivo, que mostra a perspectiva de ação direta e de enfrentamento dos Movimentos populares contra o estado e o capital.
Causa Operária – Quais as perspectivas para o próximo período?
Guilherme Simões - Como disse, o MCMV trará frustração e o próximo governo não terá o arsenal que Lula teve. Faremos mais ocupações com a perspectiva de organizar mais trabalhadores nas periferias metropolitanas e tornar-se referência de luta. A tendência dos movimentos populares mais combativos como os da Resistência Urbana é de crescer. Consideramos também fundamental a aliança estratégica com o movimento sindical.
Causa Operária - Nesta mesma semana ocorreu um debate protesto dos candidatos à Presidência da República do PCO, PSTU e PCB contra a proscrição da esquerda nas eleições. Em sua opinião, é possível uma relação no sentido de aglutinação das forças da esquerda e do aprofundamento das lutas dos movimentos populares?
Guilherme Simões - Não só é possível como fundamental. Se construirmos a unidade teremos um desafio imenso pela frente, entretanto sem ela o fracasso é certo.
Causa Operária – No debate foi apontada a questão da tentativa da burguesia de tirar a esquerda nas eleições como um atentado contra todo o povo e um sinal de que a direita prepara uma ofensiva com o aumento da repressão a luta pela terra, a luta dos estudantes entre outros. Qual a sua opinião sobre esta análise e o impacto desta política da direita na luta por moradia?
Guilherme Simões - A burguesia vive um momento no qual já não pode resolver conflitos por meio do consenso. Esse ciclo se encerra com o governo Lula. Agora os ataques tendem a crescer na medida em que nossas lutas se tornam constantes. Nossa resposta só pode ser a unidade e a ofensiva. O tempo de adotarmos uma postura defensiva está acabando. Trata-se agora de juntar forças e atacar com ocupações urbanas e rurais; greves; mobilização estudantil e todos os meios que dispusermos.
Causa Operária – Gostaria de fazer alguma consideração final?
Guilherme Simões - Obrigado pelo espaço que o PCO dispõe para a luta dos movimentos populares. Essa iniciativa demonstra um esforço pela construção de unidade entre os setores organizados da classe trabalhadora. Esperamos contar sempre com esse espaço e continuar fazendo lutas que possam justificá-lo.
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Quatro rodovias fechadas por sem-teto
O eixo do protesto é contra despejos e remoções para as obras da Copa de 2014. Foram ocupadas e paradas Régis Bittencourt, Rodoanel, Anhanguera e Raposo Tavares.
Milhares de pessoas participam da manifestação. Foi interditada a rodovia Anhanguera na altura de Campinas. O protesto é parte de uma mobilização nacional.
O protesto iniciou por volta das 10h e parou totalmente a rodovia. Com a repressão policial, uma parte foi liberada.
Estas manifestações são expressão de uma mudança na situação política que tende a se aprofundar no próximo período com o aumento da crise no regime.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
São Paulo: sem-teto realizam protesto contra governo estadual
Os manifestantes bloquearam a via ateando fogo em pilhas de pneus, localizadas na altura do km 269, na região de Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo.
Os sem-teto são um dos setores mais atacados pelos governos burgueses. Em São Paulo tanto o governo como a prefeitura, ambos do DEM e PSDB, não realizaram nenhuma política que de fato atenda as demandas dessa parcela explorada da população, pelo contrário. A quantidade de pessoas sem casa só vem aumentando. Não existe nenhuma política de moradia, apenas ataques. São, nesse sentido, cúmplices dos petistas que tanto atacam
A manifestação é mais uma demonstração de que a população não está disposta a aturar os ataques dos governos burgueses. Trata-se de uma manifestação contra os governos da burguesia, contra o poder dos patrões, que em São Paulo levam adiante uma política de extermínio da população trabalhadora.
sábado, 13 de março de 2010
PHAI – Praia Grande – Condomínio Abaeté

Inscrições Abertas
A Secretaria da Habitação do Estado – SH e a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo – CDHU, em conjunto com a Secretaria de Gestão Pública, comunicam aos servidores públicos municipais ativos lotados nos órgãos da administração direta e indireta dos poderes executivo e legislativo, que trabalhem no município de Praia Grande, que estão abertas as inscrições para seleção de beneficiários interessados em adquirir imóveis residenciais novos, desde que cumpridas as condições deste Edital, do empreendimento habitacional:
Praia Grande/SP – Condomínio Abaeté, localizado na Rua Hebert de Souza, 79 – Jardim Real – Praia Grande- SP, constituído de 160 apartamentos de 2 dormitórios.
O Programa Habitacional de Integração tem por objetivo aproximar o local de moradia do servidor público do seu local de trabalho.
Moradores protestam contra enchentes na zonal leste de SP; ônibus e caminhão são incendiados
da Folha Online
Atualizado às 06h42.
Os moradores do Jardim Nazaré, região do Itaim Paulista, na zona leste de São Paulo, incendiaram um ônibus e um caminhão em protesto contra as enchentes que atingiram a região nesta terça-feira (23).
Os manifestantes também queimaram sofás e pedaços de madeira, e fizeram duas barricadas para bloquear a Estrada Dom João Néri, entre os números 2.600 e 3.000.
Um córrego da região transbordou com a chuva que atingiu São Paulo no início da noite de ontem e a água invadiu casas da região gerando o protesto, segundo informações do jornal “Bom Dia São Paulo”, da Rede Globo. Cerca de 250 moradores participaram da manifestação e houve conflito com a polícia.
De acordo com a Polícia Militar, o protesto começou por volta das 23h de ontem e permaneceu até as 3h da madrugada desta quarta-feira (24). Equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar e um helicóptero Águia VI da PM estiveram no local. Na manhã de hoje, carros da PM permaneciam no local, segundo o “Bom Dia São Paulo”.
As chuvas que atingiram a cidade de São Paulo durante no início da noite desta terça-feira deixaram a zona leste em estado de atenção por quase duas horas, de acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da prefeitura. O Itaim Paulista foi um dos bairros atingidos.
Ainda de acordo com o CGE, durante a madrugada de hoje, a chuva leve que atinge a zona norte e o centro deve ir para a zona leste.
Durante o dia, a previsão é de calor, com máxima de 33º, e fortes chuvas no final da tarde e noite.
E a CDHU quer levar o povo dos Bairros-Cota para o Itaim Paulista...
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Estado paga para morador abandonar CDHU nova
Léo Arcoverde
A CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) pagou R$ 1.000 em novembro de 2008 para 45 famílias deixarem um conjunto habitacional no Itaim Paulista (zona leste de SP) para terminar a construção do condomínio, com a promessa de que elas voltariam para o local logo após a conclusão da obra. Os prédios ficaram prontos em novembro do ano passado, mas os imóveis permanecem desocupados.
As famílias moraram e trabalharam no local, em regime de mutirão, entre janeiro de 2004 e novembro de 2008, quando uma construtora contratada pelo governo José Serra (PSDB) iniciou os trabalhos de conclusão do empreendimento, orçados em R$ 1,3 milhão –o conjunto habitacional custou R$ 6,5 milhões.
Móveis da maioria das famílias foram deixados nos apartamentos. Os ex-moradores reclamam do ritmo da obra, tocada sempre com, no máximo, sete pedreiros e nenhum maquinário, já que, de acordo com eles, os cinco prédios, totalizando cem apartamentos, estavam praticamente prontos quando foram esvaziados.
Órgão espera fazer entrega nesta semana
A CDHU (Companhia Habitacional de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) admitiu que o conjunto com 160 apartamentos está pronto há três meses, mas que sua entrega depende da emissão do AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros). Segundo o órgão, a expectativa é a de que o documento –que já teria sido aprovado– seja emitido até o fim desta semana, para que, a partir daí, possa agendar a entrega das chaves.
Questionada sobre a demora para a entrega do empreendimento, a CDHU confirmou que teve de rescindir contrato com a associação comunitária para quem repassou recursos durante parte da execução do projeto porque a entidade “não estava cumprindo com o estabelecido”. O órgão negou que as unidades atenderão a desabrigados de enchentes do Jardim Romano (zona leste).
Procurado às 17h38 de sexta-feira, o Corpo de Bombeiros disse que, em virtude do horário, não tinha como levantar a situação do AVCB referente ao conjunto habitacional.
A CDHU ofereceu apartamentos no bairro Itaim Paulista (foto abaixo), na Capital, para os moradores das Cotas no Programa Serra do Mar
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Estado estuda compensação moratória a moradores dos bairros Cota
A Comissão Especial com a presença dos vereadores Francisco Leite da Silva (Bigode/PP), Severino Tarcício da Silva (Doda/PDT), Geraldo Guedes (PR) e Maria Aparecida de Souza Pieruzzi (Nêga Pieruzi/PT), que acompanha e fiscaliza todo o processo de remoção dos moradores dos bairros Cota, se reuniu nesta quarta-feira (10) com líderes comunitários, o Diretor Executivo da Agência Metropolitana da Baixada Santista (AGEM), Edmur Mesquita e o Tenente Anderson Casado, no anfiteatro da Câmara Municipal de Cubatão. A pauta da reunião foi a de tirar as dúvidas e resolver questões dos moradores que terão que deixar o local em breve.O anfiteatro ficou lotado e quatro ônibus trouxeram moradores das Cotas para acompanhar a discussão.
O O ex-deputado e Assessor Especial do Governador José Serra para tratar de assuntos políticos na Baixada Santista, Edmur Mesquita, respondeu por quase duas horas as perguntas dos moradores. O Diretor da AGEM disse que haverá em breve, um debate técnico de medidas compensatórias a população que tem residência naqueles bairros: “O Estado está buscando elaborar com estudos jurídicos e técnicos para dar aos moradores uma medida compensatória, ou seja, pagar 1/3 ou ¼ dos valores imobiliários do mercado. Isto está em fase de estudo e na próxima reunião, vamos tratar disso” afirmou.
O presidente da CEV, vereador Bigode (PP), fez duras críticas a administração municipal que foi convidada através de ofício protocolado no gabinete da Chefe do Executivo no dia 29/12 às 13h44, a participar da reunião e não enviou nenhum representante: “As vezes, a prefeita esbraveja com o Governador do Estado e quando tem a chance de uma discussão séria, ela não se faz presente e não envia ninguém. Isto é lamentável” disse.
Edmur Mesquita finalizou sua participação na reunião, reconhecendo que houve falhas na comunicação entre o Estado e os moradores que serão removidos: “Em alguns momentos cometemos falhas, ouve ruído na Comunicação, mas estamos reparando esses erros. A Audiência entre a prefeita e o governador ficou definido que seis secretários representam o município de Cubatão e o governador nomeou seis pessoas da sua confiança representando o Estado”.
Segundo o Diretor da AGEM o Programa Serra do Mar que planeja a remoção dos moradores dos bairros Cota, na primeira fase serão construídos 3.200 apartamentos através do CDHU, ficando cerca de 1.900 para a fase final, totalizando 5.350 residências.
Também compareceram a reunião, os vereadores Paulo Tito e Adeíldo Heliodoro (Dinho), ambos do PT.
FONTE: DIVISÃO LEGISLATIVA
Chefe da Divisão – Gláucia Ferreira Gonçalves – Contato: (13) 3362.1009
SETOR DE COMUNICAÇÃO SOCIAL (SALA PATRÍCIA GALVÃO)
Chefe dos Serviços de Comunicação Social: Rozemeri de França Abreu Santos – MTB 27.012. Contato: (013) 3362-1021
Fax: (13) 33621034
E-mail: imprensa@camaracubatao.sp.gov.br
Jornalista: Ademir Quintino – Mtb: 32494 – Contato: (13)3362-1000 ramal: 2034
Fotógrafa – Lilian Rosa – Contato: (13) 7803-7493 ID: 55*7*75262 / (013) 9784-9710
sábado, 13 de fevereiro de 2010
CUBATÃO - Prefeitura e Câmara prometem agilizar solução para vítimas do incêndio na Vila dos Pescadores
Moradores receberão bolsa-moradia de R$ 400 por um ano, renovável, e bolsa-auxílio de R$ 5 mil, em duas parcelas Uma força-tarefa conjunta da prefeitura de Cubatão e Câmara foi formada para agilizar as providências no auxílio às famílias prejudicadas com o incêndio ocorrido nesta terça-feira (10) na Vila dos Pescadores. Não houve vítimas e, no total, segundo informou a prefeitura, 16 barracos foram destruídos já que outras cinco moradias foram demolidas pelos moradores e bombeiros para evitar que o fogo se alastrasse. A causa do incêndio teria sido um curto-circuito. Em quatro anos, este foi o quinto incêndio registrado na Vila (um em 2006; dois em 2007, um em 2008). |
O fogo teria iniciado por volta das 12h30. Sete guarnições do Corpo de Bombeiros, com 36 homens, foram deslocadas para o local e, com a ajuda da população, Defesa Civil e Sabesp, conseguiram em menos de 1h extinguir as chamas.
Além de visitar o local do sinistro na manhã desta quinta-feira (12), ao retornar da viagem a Brasília (DF) - onde solucionou os entraves que dificultavam a implantação do projeto de urbanização destinado a solucionar definitivamente esse problema social -, a prefeita de Cubatão,
Projetos de lei
Márcia Rosa (PT) se reuniu na prefeitura com um grupo de moradores, e assinou dois projetos de lei, para concessão de bolsa-moradia de R$ 400 mensais por um ano, renovável, e bolsa-auxílio de R$ 5 mil em duas parcelas (imediata e em março). A documentação foi entregue à Câmara, que também agilizou os procedimentos internos para que as votações desses projetos acontecessem nesta sexta-feira (13). Além disso, diversos auxílios do empresariado estão sendo oferecidos aos desabrigados.
"Ao saber, em Brasília, da situação da Vila dos Pescadores, pedi que o secretário de Negócios Jurídicos preparasse projeto de lei nos mesmos valores e ao secretário de Finanças que verificasse a possibilidade de atualizar esse valor. Conseguimos chegar ao valor de R$ 400 mensais para as famílias que tiveram perda total no incêndio", afirmou a prefeita esclarecendo que o projeto enviado à Câmara prevê esse valor por um ano, renovável conforme a necessidade que for constatada até lá, além de se estabelecer uma bolsa-auxílio única de R$ 5 mil por família, a ser paga em duas parcelas iguais, uma imediata - sendo a lei aprovada e publicada neste sábado (14), estima-se que a liberação das verbas ocorrerá na próxima segunda (16) ou terça-feira (17) e os restantes R$ 2,5 mil em março.
Mais ajuda
A prefeita informou ainda que a CPFL já se comprometeu a entregar uma geladeira para cada família; a Cosipa ofereceu roupas e calçados, entregues já na manhã desta quinta-feira (12) às famílias; e o Ciesp/delegacia de Cubatão entregaria nesta sexta (13) à Semas (Secretaria Municipal de Assistência Social) conjuntos de lençóis e toalhas de banho a serem repassados a essas famílias.
Perdas
Segundo a titular da Semas, Erenita Maria Barbosa, o cadastramento inicial apontou 17 famílias com perda total e 13 com perdas parciais, embora novas verificações no local possam alterar esses números.
Na quinta (12), a prefeita esteve conversando com os moradores atingidos pela tragédia e avaliando a extensão dos estragos. Ela adiantou então que até o final deste ano a urbanização da Vila dos Pescadores deverá ter seu início.
sábado, 6 de fevereiro de 2010
BERTIOGA - Vicente de Carvalho II recebe investimento de R$ 76 milhões
A CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) abriu licitação para contratação de empresa para execução de obras e serviços de engenharia no bairro Vicente de Carvalho II, em Bertioga. No projeto está prevista a construção de 400 unidades habitacionais, a reforma de 172 unidades já existentes e a implantação de infraestrutura e urbanismo em 1.253 casas. |
De acordo com a CDHU, o investimento total é de R$ 76 milhões, sendo R$ 65 milhões provenientes do Governo do Estado e R$ 11 milhões do Federal, por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Como contrapartida municipal, a prefeitura deverá doar o terreno para a construção de 400 moradias e se comprometer a construir equipamentos sociais como creches, escolas e centros comunitários.
O projeto está dividido em duas fases distintas. Na primeira, que está em andamento, a CDHU está implantando a infraestrutura urbana necessária para a consolidação de 500 moradias localizadas em loteamentos regularizados. São obras de redes de água e esgoto e sistema de drenagem, além de guias, sarjetas e pavimentação de ruas. A previsão de entrega, segundo a CDHU, é para o final deste ano.
2ª fase
Na segunda fase, serão construídas 400 casas destinadas à remoção de famílias que vivem em área de preservação, como o mangue, além de obras de urbanização. O cronograma e o prazo de conclusão dessa fase serão definidos após o resultado da licitação, mas a previsão é de que as obras estejam prontas em 16 meses, a partir da data de assinatura do contrato.
Conforme consta no edital de licitação, a empresa vencedora deverá executar sistema de gás, além de cabeamento para telefone, interfone e TV a cabo.
Melhorias no bairro
Os moradores já notaram a melhoria do bairro com a execução da primeira fase do projeto. De acordo com Alzenir Alves da Silva, que mora há 15 anos na rua Um, as obras já valorizaram muito o bairro. "Antes dessas obras, em dias de chuva, não conseguíamos andar nem mesmo a pé", lembrou a moradora, afirmando que os proprietários não podiam nem mesmo executar as calçadas. "Hoje, o bairro está mais organizado", afirma.
O presidente da Sociedade de Melhoramentos do Vicente de Carvalho II, Edvaldo Pereira Alves informou que os técnicos da CDHU fazem visitas constantes ao bairro e realizam reuniões com os moradores para explicar em que consiste o projeto, mas, principalmente, para orientar que os moradores já instalados para que não permitam a invasão de novas áreas. "Foi feito um cadastramento pela CDHU, que colocou código nas casas, para evitar novas invasões. Esse bairro vai ficar muito bonito", opinou Alves.
Comércio
Os comerciantes foram outros que sentiram a melhoria no bairro, por meio de aumento no faturamento. Para Leonária Ferreira, comerciante no local há seis anos, o movimento melhorou principalmente pela facilidade de acesso. "Muitas pessoas de outros bairros frequentam meu comércio", comemorou.
sábado, 16 de janeiro de 2010
CUBATÃO - Rio Pilões transborda e desabriga seis famílias
Um relatório de ocorrências da Comdec (Comissão Municipal de Defesa Civil) de Cubatão concluído no início da tarde desta sexta-feira (15) registrou as diversas solicitações de munícipes durante toda a madrugada e início de manhã. As fortes chuvas que atingiram a Baixada Santista na madrugada trouxeram transtornos aos moradores de Cubatão. |
Por volta de 3h, a munícipe Cristina de Souza, que faz parte do Nudec (Núcleo de Defesa Civil) das áreas de encostas, relatou o transbordamento do rio Pilões, que atingiu 25 famílias. Destas, seis precisaram se abrigar na Sociedade de Melhoramento do bairro.
Às 4h25, outro chamado de um morador da Cota 200 informava que um talude havia deslizado, próximo ao Bar do Naldo, sem atingir moradias.
Outros bairros também registraram ocorrências: na Vila Esperança houve alagamento próximo ao Caminho São Jorge; no Pilões, foram verificados dois escorregamentos de terras, sendo que um destes comprometeu o ‘Caminho 2’. Já na área central do município, na avenida Henry Borden, próximo ao número 815, moradores relataram a queda de uma árvore sobre um carro. Os técnicos da Comdec constataram a queda do vegetal, mas não encontraram o veículo no local.
Medição
Além dos técnicos da Defesa Cilvil, funcionários da Secretaria de Assistência Social foram aos locais das ocorrências para tomar as medidas de atendimento as famílias atingidas. Ainda de acordo com o relatório, o acumulado de chuvas nas últimas 24h chegou a 26,8 mm no Posto Casa 8 e 48mm no posto da Comdec. Na medição do acumulado em 84h, o índice de chuvas está em 62,2mm e 100,8mm, respectivamente.
BERTIOGA - Cidade tem surto de virose com mais de 600 casos em 13 dias
De acordo com dados da FuABC, Pronto Socorro atendeu em média 50 pessoas por dia, com diarreia e vômito da Reportagem A exemplo de outras cidades, Bertioga também passou por um surto de virose nos primeiros dias do ano de 2010, conforme revelou o superintendente da FuABC (Fundação do ABC), o médico Jurandyr José Teixeira das Neves. A empresa é a responsável pelo gerenciamento do Hospital e do PS (Pronto Socorro) do município. Nos últimos dias, em diversas localidades do Litoral e Interior e até na capital paulista foram registrados casos da doença. Exames para detecção das causas dessa virose foram encaminhados para o Instituto Adolpho Lutz, em São Paulo, mas os resultados ainda não foram oficialmente divulgados. |
De acordo com levantamento feito pela FuABC, entre os dias 30 de dezembro e 11 de janeiro, foram atendidas 644 pessoas com crises de diarreia e vômito em Bertioga, uma média de 50 pessoas por dia. Este número representa quase 12% do total de atendimentos do PS da cidade no mesmo período. Durante o ano, conforme o superintendente, os atendimentos a pacientes com esses sintomas não ultrapassam 2%, o que revela um aumento de seis vezes, e caracteriza, segundo ele, o surto.
GECA
Segundo Jurandyr, a gastroenterocolite aguda, conhecida nos meios médicos como GECA, tem como sintomas vômito e diarreia e pode ser causada por água ou alimentos contaminados. Ele ainda revelou que a Fundação analisou os casos e em 90% deles os pacientes relataram ter passado um período longo na praia. "Muitos disseram que ficaram o dia inteiro na praia, e eram tanto moradores quanto turistas", disse.
Outro levantamento feito pela FuABC refere-se à região de maior incidência. "Analisamos os bairros de onde vinham esses pacientes para verificar se existia incidência maior em alguma região, tentando identificar a causa", explicou o médico. Conforme detalhou, esse estudo revelou, entretanto, que a incidência se dava igualmente em vários bairros.
Redução de casos
Jurandyr ainda afirmou que, atualmente, o número de pacientes com GECA em Bertioga diminuiu, mas ainda existem casos, principalmente em crianças. Dayane Doria dos Santos, por exemplo, estava com sua filha Júlia Doria Gonçalves, de três anos, aguardando atendimento no PS, na manhã desta quarta-feira (14). "Ontem [dia 13], ela começou com vômito e diarreia e resolvi trazer logo para o Pronto Socorro", contou a mãe.
De acordo com o superintendente, nesta época do ano é comum a incidência de viroses e intoxicação alimentar, devido ao calor. "É recomendável procurar assistência médica o mais rápido possível", alertou.
Guarujá
Desde o início deste ano, cerca de 700 pessoas com sintoma de diarreia foram atendidas nos Prontos-Socorros de Guarujá, medicadas e dispensadas. Nenhuma apresentava gravidade.
A prefeitura, por meio da Secretaria da Saúde e da diretoria do HSA (Hospital Santo Amaro), está compilando dados numéricos sobre atendimentos dos casos de diarreia, nas unidades municipais de saúde e no hospital.
A direção do HSA enviou para a Secretaria da Saúde relatório com registros de casos entre os dias 20 de dezembro e 09 de janeiro. As informações foram encaminhadas pela municipalidade à Secretaria de Estado da Saúde e deverão ser divulgadas juntamente com os resultados dos exames laboratoriais que estão sendo realizados pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, para identificar o que provocou o surto em Guarujá. A previsão é que os resultados estejam disponíveis dentro de aproximadamente 15 dias.
Sabesp
A Sabesp, responsável pelo tratamento de água de todo o Litoral, afirmou essa semana, por meio de nota, que não há qualquer problema com a qualidade da água fornecida à população. A Companhia garantiu que o líquido é potável e atende aos padrões estabelecidos pela portaria 518, do Ministério da Saúde. A empresa disse executar, como atividade rotineira em todo o seu sistema de abastecimento, 147 mil análises por mês.
Na Baixada Santista, conforme a Sabesp, foram realizadas 22,2 mil análises bacteriológicas durante 2009 e a coleta dessa água foi efetuada nas torneiras das moradias de toda a região. Também é realizado controle permanente nas ETA’s (Estações de Tratamento de Água), aonde o monitoramento é realizado de hora em hora, assegurou a Sabesp.
Médico fala sobre sintomas e as formas de prevenção
Em entrevista essa semana à rádio Praia FM - 106,1, o médico sanitarista da Vigilância Epidemiológica de Bertioga, Aloísio Bichir, explicou que esse surto pode ter sido provocado por inúmeros fatores. "Os vírus ou bactérias podem estar em vários locais, como na água contaminada ou nos alimentos. Alguns também são de transmissão respiratória e oral-fecal", afirmou. Para ele, a melhor recomendação em períodos de calor excessivo é a prevenção.
Prevenção
Dr. Bichir ainda alertou para os cuidados com a alimentação. Segundo ele, os alimentos devem ser bem higienizados e acondicionados. Além de estarem protegidos de moscas, devem ser mantidos em ambiente refrigerado. "Alguns alimentos são mais sensíveis, como os que são feitos a base de maionese e ovo, por exemplo. Frutos do mar, como marisco e ostra também podem conter bactérias e vírus, por isso devem ser evitados".
A higiene pessoal é muito importante, conforme também alertou o médico. "Lavar sempre as mãos pode evitar a contaminação".
Tratamento
Para quem já está contaminado, o sanitarista recomenda muita hidratação. Como muitas vezes, a diarreia é seguida de vômito, ele explicou que líquidos devem ser tomados em pequenas doses. "Se o vômito for muito forte, deve-se procurar o pronto atendimento para prescrição de medicamento", disse.
Entre os líquidos indicados para a hidratação estão sucos naturais, água de coco e o soro. "O Sistema de Saúde Pública disponibiliza o pó que deve ser misturado à água. Mas qualquer um pode fazer o soro em casa. A receita é um litro de água, duas colheres de sopa de açúcar e uma colher de chá de sal", detalhou.
Sem alarde
Sobre o surto, o médico confirmou que houve realmente, mas que os casos atualmente já diminuíram. "Não é motivo para as pessoas se alarmarem, mas em caso de diarreia, principalmente em crianças, é preciso procurar um médico", advertiu.
Por fim, o especialista se colocou à disposição para mais informações pelo telefone (13) 3319-8804, na Pediatria do Hospital Municipal de Bertioga, onde ele atende todas as manhãs.